Já sabemos que a Covid-19 não afeta somente o pulmão e que, a depender da gravidade da infecção, pode deixar as mais diversas sequelas, como fadiga, déficit de memória, arritmia e perda de paladar.
Infelizmente, quem teve Covid-19 também corre o risco de desenvolver trombose, devido às anormalidades que o vírus causa na coagulação do sangue. Em seu processo de defesa, o sistema imunológico libera substâncias que bloqueiam a destruição dos coágulos que são formados e, como consequência, o desenvolvimento da trombose é uma possibilidade.
De acordo com uma pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), o risco de desenvolver a doença durante à internação chega a 16,5%. O mesmo estudo, que ouviu 470 médicos angiologistas, constatou que 39% desses especialistas diagnosticaram trombose em pacientes que testaram positivo para Covid-19.
Ao todo, 82% desses casos foram registrados nos membros inferiores dos pacientes e 12% nos superiores. De forma surpreendente, os idosos (de acordo com a pesquisa da SBACV), não foram os mais afetados pela trombose pós-Covid. Embora as probabilidades sejam maiores em casos graves do novo coronavírus, elas também podem ocorrer nas situações mais leves ou até mesmo em assintomáticos.
Covid-19 e trombose: casos graves
Os riscos de desenvolver trombose chegam a ser três vezes maiores entre pacientes com casos graves do coronavírus, segundo a SBACV, no comparativo com as pessoas que não foram infectadas e estão nas UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo). Mas por que isso ocorre? Isso ocorre porque, enquanto estão internados, os indivíduos ficam sujeitos a longos períodos sem se locomover. Além disso, a Covid-19 pode provocar inflamações ainda maiores.
Ultimamente, tem se discutido bastante sobre o risco de desenvolver uma trombose ao se vacinar contra a Covid-19, mas estudos indicam que o risco não é maior do que comportamentos como tabagismo e alcoolismo. De acordo com o Ministério de Saúde e a Organização Mundial de Saúde, os benefícios da imunização são muito superiores aos riscos.
Baixa incidência
A EMA (Agência Europeia do Medicamento) identificou, até o dia 4 de março, 222 casos de trombose entre 35 milhões de vacinados com a vacina da Oxford/AstraZeneca, um caso a cada 175 mil pessoas. Já com o imunizante da Janssen, seis casos foram identificados em sete milhões de pessoas que receberam a dose única, ou seja, menos de um caso por milhão. Por ser pequena a incidência, os especialistas indicam que isso não deve impedir as pessoas de se vacinarem.
A efeito de comparação, os riscos de trombose são muito maiores com o uso da pílula do dia seguinte e o tabagismo, embora ainda sejam pequenos. Os sintomas podem aparecer durante a infecção pelo vírus ou em até quatro semanas depois da recuperação. Os sinais mais comuns da trombose nos membros inferiores são:
– Dor;
– Inchaço;
– Aumento da temperatura nas pernas;
– Coloração vermelho-escura ou arroxeada;
– Endurecimento da pele.
Ao identificar qualquer um dos sintomas, busque atendimento médico.
Autocuidado é fundamental
É possível prevenir? Sim! Evite ficar sem se mover por um tempo prolongado, adote um estilo de vida saudável e mantenha um peso adequado. O autocuidado é a melhor maneira de prevenção.
Também é muito importante fazer uma consulta regular com seu médico para verificar se está tudo bem. Cuidar da sua saúde é um ato de amor consigo mesmo.Ressaltamos que estas são informações que temos atualmente e dados sobre a pandemia continuam surgindo.